Uma fila em um açougue de Cuiabá, a capital de Mato Grosso, chamou atenção de todo País. Isso porque as pessoas não estavam lá para comprar, mas sim para tentar conseguir os restos, as sobras das carnes vendidas no dia anterior. Na verdade, são ossos com um pouquinho de carne.
Essa ação social do açougue acontece desde 2011 e o dono do local, Edivaldo Oliveira, relatou que, antes da pandemia, 20 a 30 pessoas se reuniam ali para receber os ossos, agora, esse número mais que triplicou.
Isso porque a pandemia só piorou a situação precária vivida por milhões de brasileiros. Segundo a última pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), atualmente, mais de 19 milhões de brasileiros passam fome.
Além do desemprego que atinge mais de 15 milhões de brasileiros, a população que vive em situação de rua também impressiona.
Debate
O tema foi discutido no programa Fala Que Eu Te Escuto desta quarta-feira. A enquete questionou os espectadores se o que mais contribui para a fome no Brasil é a falta de solidariedade ou o jogo político.
“A pandemia não causou a fome no Brasil, mas a ressaltou. Ou seja, ela agravou um problema que já existia. Para mim ela é fruto da (má) política e da corrupção. Nós vemos vários projetos que não são aplicados”, comentou a advogada, Regina Gonzales.
A assistente jurídica Márcia Tavares concordou com Regina. “A nossa máquina pública é absurda. São 10 bilhões gastos… É auxílio para tudo, salários exorbitantes, um investimento que deveria ser aplicado nas políticas públicas. Outra coisa é que o Brasil produz muitos alimentos, somos reconhecidos por isso, mas 30% da produção é desperdiçada. Um absurdo”.
Combate
Entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) está a erradicação da extrema pobreza e da fome. Infelizmente, com a pandemia de Covid-19, se tornou mais difícil alcançar essa meta.
Do R7.com