A Polícia Federal divulgou ontem (27) o resultado do novo laudo pericial, após a exumação do corpo do indigenista Maxciel Pereira dos Santos, morto a tiros em 2019, no município de Tabatinga, interior do Amazonas. O servidor e Bruno Pereira eram parceiros no combate a delitos praticados no Vale do Javari.
Três anos se passaram desde o assassinato e nínguem foi preso.De acordo com a PF, a exumação do corpo foi solicitada após ser constatado que algumas incompletudes na perícia realizada na época, sendo solicitado um novo exame. O corpo de Maxciel foi exumado no ínicio deste mês e enviado para o Instituto de Criminalística da Polícia Federal em Brasília, onde foi submetido pelo exame de imagem de tomografia computadorizada e por exame antropológico forense, o segundo ainda será conluído.
Na tomografia foi constatado que o crânio da vítima foi atingido por um único disparo que atingiu a região têmpora-parietal. A causa da morte foi, portanto, devido a traumatismo cranioencefálico decorrente de um disparo de projétil de arma de fogo transfixante, o que segundo a PF também embasada em um croqui da pérícia de 2019, ainda não pode ser descartado um possível segundo disparo, como foi pela esposa da vítima, que estava presente no momento do ocorrido.
Ainda segundo a nota, esse segundo disparo pode ter atingido somente tecidos moles da vítima, não sendo viável a constatação no exame realizado no início deste mês, já que o material analisado foram fragmentos ósseos.
Entenda o caso
O servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) Maxciel Pereira dos Santos foi morto com dois tiros na cabeça no dia 6 de setembro de 2019, em Tabatinga, interior do Amazonas. O servidor dirigia uma motocicleta quando foi atingido, sendo socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o Hospital do Exército, mas não resistiu aos ferimentos.
A família de Maxciel é de que o homicídio tenha sido uma retaliação pelo trabalho que ele desenvolvia com indígenas na região do Vale do Javari, mesma região que Bruno Pereira e Dom Phillips também foram mortos neste ano. Maxciel Pereira chefiou por cinco anos o Serviço de Gestão Ambiental e Territorial da Coordenação Regional do Vale do Javari, segundo informações da associação de servidores da Funai.