O governador Wilson Lima anunciou nesta quarta-feira (9) que a distribuição de vacina contra a Covid-19 no Amazonas deve ocorrer entre os meses fevereiro e março de 2021. O governo do Estado deve seguir o plano do Governo Federal sobre a compra das doses.
O anúncio ocorreu durante coletiva de imprensa entre Lima e o prefeito eleito de Manaus, David Almeida. Eles se reuniram, com integrantes da comissão de transição na sede do governo para tratar de infraestrutura, saúde e segurança.
Wilson disse que o governo vai ser responsável pela logística para vacina chegar às cidades. Já a distribuição deve ser coordenada pela Prefeituras. Não há informações sobre qual vacina deve ser adquirida.
“É importante que aja essa preparação, principalmente da linguística e conservação dessas doses. E quem, efetivamente, na prática, vai fazer essa aplicação da vacina é a Prefeitura, que responsável pelas unidades básicas de saúde”, disse Lima.
Wilson Lima afirmou que esteve reunido com o Ministério da Saúde e com outros governados para tratar sobre a vacinação no Brasil. Ainda de acordo com ele, a vacina deve ser distribuída pelo Programa Nacional de Imunização e profissionais de saúde e idosos devem ter prioridade.
O Ministério da Saúde ainda não divulgou o plano definitivo de vacinação contra a Covid-19. Não há nenhuma vacina com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até o momento, mas governadores avaliam que vacinas que conseguirem registros em agências internacionais deverão ser liberadas para uso emergencial no Brasil com base numa lei aprovada em fevereiro.
Estratégia “preliminar”
No dia 1° de dezembro, o Governo Federal divulgou a estratégia “preliminar” para a vacinação dos brasileiros. No calendário apresentado, a CoronaVac não é citada pelo Ministério da Saúde.
A vacina está na fase final de testes e já tem previsão de distribuição no Brasil. O governo de São Paulo firmou acordo para a compra de 46 milhões de doses e para a transferência de tecnologia para o Instituto Butantan.
Em outubro, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, chegou a anunciar em uma reunião virtual com mais de 23 governadores, a compra do imunizante, mas, menos de 24 horas depois, a aquisição foi desautorizada pelo presidente Jair Bolsonaro.
No dia 2, a Anvisa disse que irá aceitar que empresas desenvolvedoras de vacinas contra a Covid-19 solicitem o “uso emergencial” no Brasil e divulgou os requisitos para o pedido.
O “uso emergencial” é diferente do “registro sanitário”, que é a aprovação completa para uso de um imunizante. O registro definitivo depende de mais dados e da conclusão de todas as etapas de teste da vacina.
Por conta dos embates políticos, o governo de São Paulo já vinha anunciando planos alternativos para vacinar a população do estado, caso a vacina não seja incorporada ao Programa Nacional de Imunização.
“Cada dia sem vacina conta. Se a vacina estiver para uso, nós temos que iniciar a vacinação. E isso, pelo simples motivo: a vacina pode poupar a vida de milhares de pessoas. Não faz nenhum sentido, do ponto de vista da responsabilidade pública, atrasar o uso de uma vacina disponível e pronta, já registrada na Anvisa. Iremos trabalhar junto com os estados, se for o caso, junto com os municípios, para que isso aconteça”, disse o diretor do Instituto Butantan em entrevista à GloboNews.
Resposta imune e segurança
Um estudo feito com 743 pacientes apontou que a CoronaVac mostrou segurança e resposta imune satisfatória durante as fases 1 e 2 de testes.
A fase 2 dos testes de uma vacina verifica a segurança e a capacidade de gerar uma resposta do sistema de defesa. Normalmente, ela é feita com centenas de voluntários. Já a fase 1 é feita em dezenas de pessoas, e a 3, em milhares. É na fase 3, a atual, que é medida a eficácia da vacina.
Por: fronteiratv.com