Por Anna Luísa Praser – Brasília
O tema central do debate da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha ações de enfrentamento à pandemia da covid-19 e é presidida pelo deputado Luiz Antônio Teixeira, do PP do Rio de Janeiro, foi conhecer os detalhes técnicos da vacina e a forma como a produção poderia ser organizada no Brasil.
Por aqui, a vacina seria produzida por meio de uma parceria entre o Instituto de Tecnologia do Paraná e o Instituto Gamaleya, da Rússia. Mas para isso, ela precisa ser aprovada pela Anvisa. No entanto, os resultados da primeira e da segunda fase clínica dos estudos ainda não foram apresentados pela Tecpar à agência.
De acordo com o presidente da Gamaleya, Alexander Gintsburg, a vacina seria aplicada em duas doses, com intervalo de três semanas entre elas. O imunizante é composto por dois componentes diferentes, chamados de adenovírus humano, que combinados, estimulam o corpo a produzir a resposta imunológica adequada.
Ainda segundo o instituto russo, a eficácia da vacina tem se comprovado ao longo dos últimos cinco meses, mas a expectativa é que a vacina garanta a imunização por até dois anos.
A vacina apresenta alguns efeitos colaterais leves, como febre baixa e sintomas de resfriados, que não duram mais de um dia.
O diretor de investimentos diretos da Rússia, Kiril Dmitriev, disse que até dezembro, a Rússia terá produzido 10 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus.
O embaixador da Federação Russa no Brasil, Sergey Akopov, destacou que a Rússia está aberta a uma colaboração bilateral com o Brasil:
Sergey declarou ainda que não existe interesse em ganhar mercado, mas sim em fabricar o quanto antes o remédio que possa garantir uma proteção eficaz contra o novo coronavírus.
Os ensaios clínicos para a vacina Russa já estão entrando na terceira fase. Nesse processo, que deve durar seis meses, 40 mil voluntários serão testados, inclusive no Brasil.