Colômbia, meca do melhor café suave do mundo, viu cair a exportação do grão em 52% em maio com base no mesmo mês do ano passado por causa dos bloqueios viários e dos protestos antigovernamentais que explodiram em 28 de abril, informou a Federação Nacional de Cafeteiros (FNC).
“Em maio, como vinha alertando a institucionalidade cafeteira como consequência dos bloqueios, as exportações de café da Colômbia caíram 52%, a 427.000 sacas de 60 kg, de 894.000 sacas exportadas no mesmo mês de 2020”, informou a entidade em um comunicado.
No entanto, ao longo do ano, as exportações cresceram 7%, para mais de 4,9 milhões de sacas, contra 4,6 milhões que saíram do país nos primeiros cinco meses de 2020, acrescentou.
Pela primeira vez, a FNC não publicou as cifras de produção de maio, pois os bloqueios viários impediram a passagem do café e fazer os cálculos referentes a este item, informou à AFP uma fonte da entidade.
A variedade arábica, cultivada no país, foi negociada nesta quarta-feira a 1,57 dólar a libra na bolsa de Nova York, uma recuperação frente à média de 1,10 dólar a libra em 2020.
A Colômbia atravessa um novo período de convulsão social em repúdio ao presidente Iván Duque, que derivou em uma severa crise com protestos maciços, bloqueios viários e fortes confrontos entre civis e a força pública.
Ao menos 61 pessoas morreram e mais de 2.400 ficaram feridas em quase um mês e meio de manifestações, segundo autoridades e a Defensoria do Povo.
A Colômbia é o terceiro produtor mundial de café, atrás do Brasil e do Vietnã, e o primeiro de café suave, de melhor qualidade. Em 2020, as exportações e a produção do grão caíram 8% e 6%, respectivamente, em relação a 2019.
Para este país que é a quarta economia da América Latina, castigada pela pandemia, o café representa um dos principais setores de exportação, depois do petróleo e da mineração.