O Governo do Amazonas anunciou que autorizou uma pesquisa para o uso do medicamento cloroquina, em conjunto com outros medicamentos, para o combate do novo coronavírus em pacientes em estado grave, no Estado. A medida foi anunciada durante uma coletiva de imprensa online nesta segunda-feira (23) e deve iniciar em pacientes a partir de terça-feira (24). O número de casos confirmados no Amazonas chegou a 32.
De acordo com o governador Wilson Lima, a pesquisa será comandada pela Fundação de Medicina Tropical, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O médico da Fundação de Medicina Tropical e pesquisador da Fiocruz-AM, Marcus Lacerda, informou que receberam a aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), nesta segunda-feira (23), para o início da pesquisa da eficácia da cloroquina no tratamento de pacientes com o Covid-19.
“A nossa equipe toda já está se mobilizando para o Hospital e devemos fazer a inclusão do primeiro paciente nesse importante protocolo de pesquisa. Sem dúvidas, esse protocolo dará muitas respostas importantes pro sistema de saúde e para a população. Esperamos, muito em breve, ter resultados positivos para compartilhar com toda a comunidade científica”, disse o médico e pesquisador.
Os testes do uso da cloroquina com outros medicamentos para o combate ao coronavírus acontecerão no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam), Rodrigo Tobias.
“Essa é uma pesquisa que avalia a eficácia da cloroquina, em associação com outros medicamentos, no combate ao cononavírus em pacientes. Foi autorizada pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, ou seja, tudo dentro das normas da pesquisa e pode ser feito em seres humanos. Portanto, é a ciência colaborando no combate ao coronavírus, começando no Amazonas”, disse Tobias.
Conforme a a diretora da FVS, Rosemary Costa Pinto, o medicamento cloroquina é usado desde meados do século passado no tratamento da malária. A partir deste século, passou a ser usado em doenças como artrite, reumatoide e outras doenças autoimunes, segundo ela.
“Pesquisa de chineses, franceses e americanos têm demonstrado também sua efetividade, em reação com outro antimicrobiano, no sentido de 100% com o uso do medicamento em pacientes graves com o novo coronavírus”, disse a diretora da FVS.
Apesar do início da pesquisa com uso da cloroquina para o combate do novo coronavírus e os dados informados por Rosemary, a diretora da FVS ressaltou que o uso do medicamento para o combate à doença mostra eficácia apenas em pacientes em estado grave. Com isso, ela pede que não haja uma grande procura da população do medicamento em farmácias.
“É importante ressaltar que é eficaz para pacientes em situação grave. Não adianta correr para farmácias, pois a Anvisa já declarou que a cloroquina é um medicamento controlado. Portanto, só vai ser vendido com receituário especial e para atender essas situações prescritas. A pesquisa vai ser muito significativa, pois vamos ver qual a aplicação desse medicamento no nosso ambiente tropical. Até agora, todas as pesquisas foram feitas no hemisfério norte”, finalizou a diretora da FVS.
Por: fronteiratv.com